Nota de Repúdio: Reabertura Gradativa do Comércio em Tempo de Pandemia

seaeconomiaameaçaavida_azulO Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de Minas Gerais (IAB/MG)  vem a público declarar seu repúdio e sua indignação frente às chamadas para  a flexibilização das regras de isolamento e a reabertura gradativa do comércio em alguns municípios de Minas Gerais, conforme notas oficiais divulgada pelos municípios de Nova Lima, Betim, João Monlevade, Santa Luzia e Ouro Preto, que ampliou o número de setores entendidos como essenciais.

O mundo já contabiliza 252 mil mortes e 3,5 milhões de casos confirmados na pandemia do COVID-19. O Brasil enfrenta uma escalada assustadora, contabilizando mais de 7,3 mil mortos e quase 109 mil casos confirmados. Soma-se a isso a subnotificação no Brasil, que, segundo especialistas da USP, pode multiplicar o número de casos em até 16 vezes, fazendo com que ultrapassemos, pela primeira vez e em triste marca, os terríveis números dos Estados Unidos.

A Organização Mundial de Saúde alerta para o risco de interrupção do isolamento social e retomada das atividades econômicas, o que fará com que milhares de pessoas circulem e com elas, o aumento da propagação do vírus.

Apelamos ao bom senso dos gestores e dos empresários municipais, pois o que está em jogo, para além do colapso do sistema de saúde, é a perda irreversível da vida de pessoas queridas aos seus amigos e familiares.

A falsa polarização entre saúde e economia não pode nos levar a ignorar a importância central da preservação da vida. Todos os países têm buscado soluções para a crise econômica que vem a reboque da crise sanitária. Precisamos achar nosso caminho.  O Governo Federal aprovou a transferência de renda federal e nada impede que os programas de transferência de renda municipais sejam ativados.

Nova Lima foi exemplo na complementação de programas de transferência de renda em governos passados: porque titubeia em dar continuidade a este tipo de boa prática que salvaria vidas?

Ao Estado compete proteger a vida da população, garantindo seu direito à saúde, à educação, à moradia e a renda básica. Reduzir a pobreza, investir em políticas estruturantes de habitação e saneamento significa respeitar as pessoas e cuidar do futuro.

Não podemos deixar que o trabalho exaustivo dos profissionais da saúde e o esforço até agora feito de isolamento social sejam em vão. É urgente valorizar a vida de todos e, nesse momento, isso significa garantir as condições de isolamento social e a segurança dos serviços absolutamente essenciais.


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