A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) avalia nesta sexta-feira (15) se o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, um dos cartões-postais mais representativos de Belo Horizonte, ganhará o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Idealizados nos anos 40 pelo então prefeito Juscelino Kubitscheck e projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, os quatro prédios de estilo modernista que margeiam a Lagoa da Pampulha foram construídos com fins distintos, firmando uma parceria fundamental que se estendeu até a criação da nova capital federal. “A Pampulha foi o início de Brasília, os mesmos problemas, a mesma correria, o mesmo entusiasmo, e seu êxito influiu, com certeza, na determinação com que JK construiu a nova Capital”, dizia Oscar Niemeyer, morto em 2012. O nosso ponto de partida foi criado para se tornar uma casa de jogos comparável ao Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, e ao Palácio Quitandinha, em Petrópolis. O Cassino da Pampulha, em Belo Horizonte, foi o primeiro projeto do Conjunto Arquitetônico idealizado por Oscar Niemeyer a ficar pronto. Também conhecido como “Palácio de Cristal”, por causa dos vidros espelhados que cercam o prédio, o espaço foi inaugurado em 1943. “A ideia de JK era criar um centro de turismo e lazer que fosse um marco de modernidade. Teria que ser ousado. O Cassino da Pampulha tinha também essa proposta de reunir grandes salões, restaurantes, a alta sociedade da cidade na época”, disse o diretor do Arquivo Público de Belo Horizonte, Yuri Mesquita. Os jardins que circundam o prédio foram feitos pelo paisagista Roberto Burle Marx. Estátuas de Alfredo Ceschiatti, August Zamoiski e José Pedrosa também foram incorporadas ao local. O espaço funcionou como cassino até 1946 quando o jogo foi proibido no Brasil. Ele entrou em um período de decadência até 1957, ano em que foi transformado no Museu de Arte da Pampulha (MAP). Hoje ele abriga um acervo com cerca de 1,4 mil obras. “Ele se tornou um novo elemento. Ganhou uma nova ressignificação”, disse Mesquita. De acordo com a Fundação Municipal de Cultura (FMC), o Icomos, entidade da Unesco que avalia a candidatura do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, não determinou nenhuma alteração no prédio do MAP. Mas segundo a diretora do conjunto, a arquiteta Luciana Rocha Feres, o local deve passar por obras de restauração em breve. “O MAP já está com projeto de reforma aprovado pelo PAC Cidades Históricas. Ele está suspenso temporariamente, mas o recurso já está garantido. A previsão é que a obra fique pronta em 24 meses”, explicou.
Fonte: Portal G1
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